sexta-feira, 17 de abril de 2009

Como os animais nos podem ensinar grandes lições


Quando acreditamos que todas as experiências na nossa vida, as boas e as más, têm um propósito para acontecer, quando percebemos que todos somos Um e que tudo na Terra são manifestações de Deus, quando entendemos que nós atraímos as pessoas e os acontecimentos de que necessitamos para a nossa evolução, então até o simples encontro com um gato se pode tornar uma grande lição.

Aqui há uns meses atrás dei-me conta que um dos gatos de um vizinho estava muito magro e ainda por cima constipado.

Comecei por lhe dar de comer e ganhar a sua confiança e ao mesmo tempo, diariamente, dava-lhe doses maciças de Cura Quântica. Ele estava tão triste e tão em baixo que mal comia. Quando consegui leva-lo ao veterinário este disse que ele já não tinha a corisa, que é a constipação dos gatos e que é contagiosa entre a espécie, e se não for tratada a tempo pode afectar seriamente o animal levando à cegueira entre outras consequências, podendo em ultima instância levar á morte.

Como o veterinário me disse que ele tinha estado muito tempo com a doença, sendo ainda muito jovem, pouco mais que um ano, e que por esse facto isso lhe tinha destruído os seios nasais, resolvi tomar conta dele.

Faz parte da minha família um cão que está comigo há já oito anos. Como é um cão grande e muito maluco, embora muito meigo, resolvi que o gato teria o seu espaço no meu atelier e o cão continuaria em casa.

Só que o gato foi ganhando terreno e acabou por se instalar em casa, e como não aconteceu nada entre os dois acabei por fechar os olhos e entregar para Deus. Até porque me custa que um esteja em casa e o outro não.

O problema é que o gato, para além de teimar em não fazer as necessidades na areia que comprei para ele, e teimar em faze-las num jardim interior que tenho no atelier, e como esteve muito tempo na rua, quer é laréu. Ora como ele tem os seios nasais destruídos qualquer coisinha é o suficiente para começar a espirrar. Passa o dia a miar para ir para a rua e eu, coração mole, acabo por, quando o dia já vai alto e mais quente, de o deixar ir.

Tudo isto me tem dado que pensar, porque até há bem pouco tempo eu ainda não sabia o que fazer. Se o melhor era dá-lo para adopção, e dar-lhe mais um desgosto de o tirar do sitio que ele conhece, ou ficar com ele. Estava farta de me levantar a meio da noite com ele a miar. Ora porque estava aflito, ora porque queria ir para a rua, enfim a minha paciência estava por um fio e eu sem perceber qual a lição que este acontecimento me trazia.

Devo ainda dizer que, e isso era o que mais me incomodava, se durante o dia eu passa-se na rua por ele estando ele bem comido e tendo dormido bem, nem para mim olhava. Isso, mais do que tudo, ainda era o que mais me incomodava.

Muitas vezes dizia que se fosse um cão a que eu um dia tinha dado de comer, ou feito um carinho, ao ver-me novamente faria uma festa, deitava foguetes, apanhava as canas e construiria os moinhos só de me ver. Lamentava-me que os gatos são uns mal agradecidos e andava irritada com a situação.

Um belo dia, já esta situação durava há meses, fez-se Luz. Percebi qual a lição que eu tinha que aprender. Eu tinha que aprender a dar sem querer receber nada em troca, mais do que isso eu tinha que aprender a ser compassiva. Sempre me desdobrei para os outros, e sempre os pus em primeiro lugar. Sempre dei e me dei sem nada pedir. Pensava eu.

No fundo todos queremos algo em troca. Um agradecimento, uma palavra de apreço, qualquer coisa. Mas dar sem esperar nada, mesmo nada, isso é que é o mais complicado.

Quando damos e não somos reconhecidos pelo outro, facilmente dizemos para nós que ele foi mal agradecido e sentimos que ele ficou em falta para connosco. Ora isso gera uma relação em que o outro invariavelmente se vai sentir em falta e por vezes acaba por se afastar. Isso gera uma relação de dependência.

Ou seja, a maior parte das vezes não damos coisíssima nenhuma, porque acabamos sempre por cobrar.

Ao perceber que eu tinha atraído aquela situação para aprender esta lição, mais, que o gato apenas foi um instrumento para eu crescer, por momentos senti-me como que em estado de graça. Como é que um serzinho tão pequenino e tão frágil nos pode dar tamanha lição.

È claro que lhe agradeci, dispensando-lhe todo o meu Amor, agora sim, Incondicional.

Prometi-lhe que iria ter sempre em atenção o seu direito de passear e de ser independente e que ele teria sempre aqui o seu lugar.

Então não querem saber que de um dia para o outro aprendeu a fazer as necessidades na areia e, apesar de continuar um vadio que passa o dia na rua, mas já não chora durante a noite a querer ir para a rua. Mais, durmo a noite descansada e nem me lembro que o tenho em casa.

Agora, quando tenho que sair, ao regressar a casa, ele está ao portão aguardando a minha chegada. Haviam de ver a alegria dele quando vou passear o cão ao campo, por de trás da casa, ele a correr que nem um maluco e a desafiar o cão para a brincadeira, só visto.

E aí está como os animais nos podem ensinar grandes lições. E assim é que, quando estamos despertos e percebemos que o acaso não existe, porque no Universo não há desperdício de energia, qualquer coisinha com uns meros 3k nos pode ajudar a crescer.

Graças ao gato eu hoje sinto que cresci mais um pouco. Graças a ele eu hoje sou mais EU e agradeço a oportunidade de aprender mais uma lição, de crescer mais um pouco. Valeu bem a pena todo o incómodo por que passei para chegar aqui e entender, interiorizar e me transformar. Valeu a pena.

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